segunda-feira, abril 4

Eu não nasci Amélia, eu nasci mulher

Eu não nasci Amélia, eu nasci mulher.
E quando digo que eu te amo, é o amor de quem nasceu com identidade própria que eu derramo em você.
O calendário que eu sigo é o criado por mim.
O meu relógio bate pra atender a um tempo que é nosso, mas não gira ao redor de um mundo que é só seu.
Eu nasci pra construir junto e não para exaltar o seu próprio umbigo.
Umbigo por umbigo, eu tenho o meu e é com ele que eu fico.
Eu não te amo como quem lava, passa, cozinha ou costura,
apesar de saber exatamente cada ponto que uma agulha passada na linha é capaz de dar.
Eu te amo como dona da minha própria casa,
Como quem sabe o peso de cada tijolo que teve que carregar.
Eu te amo como quem troca a cama de solteiro pela de casal.
O amor que mora em mim é de cúmplices, de dois
Duas bocas, duas vozes, dois corpos que se encontram pra continuar formando dois.
Dois rios que desembocam no mesmo mar, mas que não se perdem em oceano.
Eu te amo como quem sabe que quer você como homem, sem querer deixar a mulher que fala forte em mim se calar.

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